retrato da mãe, na casa da vó


Na casa da Minha avó Maria tem um mundo de coisinhas. Memórias em todo canto. Encontrei esse retrato. Recém mãe e recém filha. A toalha da mesa da cozinha me lembrando dos morangos que uma vez essa minha avó plantou. Na caqueira baixa as frutinhas brotaram, com o sol da zona Norte e a força assertiva dessa avó também Maria, Maria Isabel. É difícil não vingar o que ela reforça. Com um ar de dedo verde ela dá chance as plantas. Mas também, se não estiver de seu agrado, não tem conversa, ela arranca, com a mesma cortância-constância que plantou. - Eu planto outra - ela diz. Velha direta, cheia das máximas cotidianas; com uma sabedoria de sítio, solar. 
Juntei no verso prosa essas duas Marias. Espelho que se estranhou na vida, mas amor que aqui no peito é puro encontro e força para mim. Minha demais, elas. Feito poema elo. Minhas ancestrais são um cultivo de frutos encarnados que me alimentam. Que essas provas pequenas e acres sejam delícia no paladar das criaturinhas que sigo zelando. Minha filha e meu filho, morangos sem veneno. Se a gente planta morango, é provavel que vá nascer morango.

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